segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Discussão sobre pornografia

por Gustavo Bitencourt

Bárbara propôs que fizéssemos a primeira discussão sobre filmes pornográficos no dia 26 de novembro, o horário ainda não tá decidido. Mas já vem de um tempo que a discussão sobre filmes pornográficos e pornografia vem permeando as conversas do grupo Marcha das Vadias no Facebook.

E eu to sugerindo aqui que a gente amplie a discussão pra falar de pornografia primeiro e, se for o caso, ir afunilando a conversa depois. Me parece que é importante primeiro nos situar em relação a esse universo imenso, de margens bem nebulosas, que é a pornografia, pra depois entender o que é o cinema e o vídeo pornô dentro disso.

A Susan Sontag começa o ensaio Imaginação Pornográfica fazendo uma distinção entre três diferentes pornografias, que me parece legal colocar aqui:
Ninguém deveria iniciar uma discussão sobre pornografia antes de reconhecer a existência das pornografias (há pelo menos três) e antes de se empenhar em considerá-las uma a uma. Há muito a se ganhar em exatidão se a pornografia, como um item na história social, for tratada de modo totalmente separado da pornografia enquanto fenômeno psicológico (segundo a visão comum, sintomático de deficiência ou deformidade sexual, tanto nos produtores como nos consumidores) e se, em seguida, se distinguir dessas duas uma outra pornografia: modalidade ou uso menor, mas interessante, no interior das artes. 
Nada impede que a gente ignore essas categorias, ou que eleja outras, mas já de cara parece importante partir do entendimento de que pornografia não é uma coisa homogênea, que existem vários modos de olhar pra ela, assim como para os filmes e vídeos pornográficos.

Vamos usar esse espaço aqui dos comentários pra já ir levantando algumas questões que nos interessam sobre o tema, e isso já pode ser um ponto de partida pra essa primeira conversa.

(A foto acima tem o título de "Pornography" e é da artista afegã Lida Abdul. O texto da Susan Sontag pode ser encontrado na íntegra aqui)



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quando a Vênus se torna Devassa: As representações femininas na propaganda de cerveja

por Bárbara Rodrigues

Aquela a que chamamos arte é uma das mais antigas manifestações de linguagem humana. Desde o período que se convenciona chamar de pré-história, bastante anterior ao advento da linguagem escrita, o homem já se utilizava das representações visuais para transmitir determinadas ideias, como aprendemos desde os primeiros anos da vida escolar com relação às pinturas rupestres, esculturas e artefatos de diversas ordens, que naquele período eram imbuídos de função utilitária, e atualmente, nos chamados “museus de arte primitiva”, destituídos de seu contexto primordial, voltam-se à apreciação, cumprem função estética. Às diversas formas de expressão artística e sua evolução durante o processo histórico não cabe referir-me aqui em virtude do pouco espaço de que disponho, seria, como mencionado por Leach em seu trabalho sobre classificações animais e insulto verbal, “querer escrever a história da Inglaterra em trinta linhas”. Restrinjo-me aqui à reflexão que deixa clara a inserção de meu trabalho- que versa sobre propaganda- neste encontro, a saber: nem sempre artístico e utilitário são antagônicos, o que observamos claramente quando pensamos grande parte dos artefatos museológicos fora das exposições e inseridos em seu contexto primordial. E também, as formas que a grande maioria das pessoas concebe enquanto arte, o que pode ser representado pelas grandes pinturas, esculturas, obras literárias dentre outras tantas manifestações, não são as únicas formas de arte existentes, como podemos observar a exemplo da publicidade, a respeito da qual versarei nas páginas que aqui se seguem. Temos, com o advento da chamada “pós modernidade”, uma ressignificação dos valores sociais, culturais e artísticos. Nesse contexto, a arte, antes vista como elitizada e produzida como um fim em si mesmo, cuja produção era voltada apenas à apreciação, passa a ser utilizada como artifício na veiculação de determinados produtos e serviços. A publicidade, a partir deste contexto, pode ser tida como uma forma de arte; para elucidar tal afirmação, basta recorrermos à análise da chamada Pop Art, movimento bastante expressivo da década de 1960 cuja produção artística era ligada, entre outros aspectos, ao consumo, e que pode ser tida como a “mãe” do formato publicitário que conhecemos hoje.


Tão antiga quanto a própria história da arte é a história da utilização do corpo feminino nas representações artísticas. As mais antigas representações de corpos femininos, as chamadas Vênus pré-históricas (como a Vênus de Willendorf e a Vênus de Grimaldi) datam de no mínimo 35 mil anos atrás (Vênus de Hohle Fels). A evolução da representação feminina na arte acompanhara o curso de desenvolvimento da própria arte: desde a produção da antiguidade clássica, que se inspirava no corpo feminino e lhe rendia um verdadeiro culto, ficando num plano inferior na representação artística medieval em virtude de sua associação com o “pecaminoso” e o “impuro”, ressurgindo na forma do amor cortês e do culto pagão da beleza na renascença, fazendo-se o corpo dos ideais revolucionários, e chegando à contemporaneidade, em que se estabelece a parceria entre a arte e o mercado. A utilização da imagem feminina na veiculação midiática de produtos e serviços já ocorria na transição entre os séculos XIX e XX, sendo, inicialmente, retratada como a mãe, esposa, administradora do lar, cujas atenções estavam majoritariamente voltadas para a boa gestão da casa, do casamento e dos filhos, aparecendo, portanto, mais comumente em propagandas de produtos alimentícios, de limpeza e eletrodomésticos voltados para o consumo domiciliar, e retratando, de certa forma, o que pode ser considerada a conduta mais comum dentre as mulheres àquela época. Todavia, com o crescimento dos movimentos feministas e uma inserção cada vez maior da mulher em planos outrora majoritariamente masculinos, essas representações tornam-se pouco condizentes com (guardadas ressalvas) a “realidade feminina”. Um estudo desenvolvido por Sílvia Quintanilha e Raul França Filho demonstra que essa imagem vigente anteriormente, de zelosa dona de casa, mostra-se cada vez menos condizente com a imagem que a mulher faz de si mesma (mesmo em relação às mulheres que vivenciaram esse período anterior), sendo, portanto, menos efetiva quanto ao poder de persuasão. A publicidade, então, faz o exercício de tentar adequar sua mensagem a essa “nova mulher”, que é também uma nova consumidora. Mas até que ponto essa nova imagem fala à mulher real? Até que ponto mostra-se uma representação efetiva e até que ponto vem como a veiculação de um estereótipo?


Proponho-me aqui a analisar a representação da feminilidade no que se dirige ao público masculino, pensada aqui sob a visão das “clássicas” propagandas de cerveja. A ideia de refletir a respeito me ocorrera como consequência de uma experiência bastante pessoal, quando, em uma festa realizada em minha casa com a presença de vários amigos, ao ver-me com uma lata de cerveja em mãos um dos presentes me disse “olha, bonitinha assim talvez você até venda, mas isso não é coisa pra você consumir”. Naquele momento minha indignação se expressara por palavras que não convém reproduzir aqui, mas nesse momento, aquela indignação de outrora vem manifestar-se como reflexão, visto que, apesar da falta de senso, a afirmação do sujeito outrora citado tem seu fundo de plausibilidade, pois grande parte das propagandas de cerveja se apoia sobre a imagem de “mulheres bonitas”. Pensemos, portanto, o que está por trás da veiculação dessas mensagens a que somos continuamente expost@s, mas às quais nem sempre prestamos a atenção devida.


Nos dias atuais temos a forte presença de um discurso que fala da prevenção à “violência contra a mulher”. Mas qual a ideia que realmente fazemos de violência contra a mulher? E mais: qual a ideia que nós mulheres fazemos quanto a “sofrer violência”? Perguntando informalmente a amigas, familiares e mesmo a algumas mulheres que encontrava casualmente, na rua, na padaria ou na loja de lingerie, todas as respostas convergiam para as mesmas imagens: espancamento, morte, Lei Maria da Penha. Não tenho a menor dúvida da validade destas imagens, mas como dito por uma companheira em uma conversa recente, “há ao menos dez tipos de abuso e apenas um desses constitui violência física”. Somos, todas, constantemente expostas a diversas formas de violência, muitas vezes sem sequer nos darmos conta daquilo que nos atinge. E as propagandas de cerveja são um caso bastante claro. Quais são as mensagens veiculadas por esses filmes aparentemente despretensiosos?


O ponto a que chamo atenção nesse momento da análise é o “canibalismo simbólico” presente em tais expressões, o conteúdo misógino em que boa parte das marcas de cerveja (senão todas) se apoia em suas propagandas. A mulher é retratada como um produto, cuja única finalidade é o consumo. Propaga-se veladamente aqui a antiga concepção segundo a qual a única “utilidade” da mulher é servir e satisfazer aos desejos masculinos. A fórmula canônica sobre a qual tais propagandas se constroem já é fonte da qual podemos extrair diversas interpretações: mulheres jovens, de corpos esculpidos em academias, seminuas, expostas a um público masculino, consumidor, da cerveja e da mulher. E não metaforicamente: a mulher não aparece como análoga ao produto, aparece como o próprio produto, pronto para ser consumido pelo homem e assim saciar sua sede- de cerveja e de sexo.


A misoginia aqui não se expressa na forma a que o termo primeiramente remete, sem dúvida não se trata de um ódio (em termos literais) ao feminino, mas é muito pior. Pois relega a mulher a uma condição em que sua existência se resume ao seu corpo, extirpando-lhe a condição de agente imbuída de subjetividade, concepções e valores que lhe são próprios. A mulher aparece como desprovida daquilo que nos faz humanos (nossa capacidade de pensar, sentir, agir e interagir), tanto que, na maioria das vezes, nem mesmo de fala esses corpos aparecem como sendo dotados.
Uma série de imagens de propaganda da marca Skol é bastante ilustrativa no que diz respeito a essa posição. A imagem é de dois provadores femininos, um deles é o convencional, em que as pernas da mulher ficam expostas, e o outro, criado por um bebedor de Skol, resume-se a um pequeno objeto redondo que cobre o rosto da mulher, enquanto seu corpo fica completamente exposto: sua cabeça é simbolicamente cortada, sua condição de sujeito, de ser pensante, não serve. A mulher só é útil enquanto corpo pronto a saciar os desejos masculinos. Uma simbologia similar surge em outras imagens da mesma série: Em uma delas, o bebedouro convencional é substituído por um bebedouro esférico (típico) e bastante baixo, sendo que, para beber água, a mulher precisa abaixar-se muito. Não preciso mencionar aqui o efeito imagético provocado, mas pensemos no caráter de submissão veiculado veladamente através dessa ideia de “abaixar-se”, um submeter-se à vontade falocêntrica dominante. Em outro, o produto reinventado é a canga, que recebe um inconveniente buraco, deixando seu derière completamente exposto à apreciação masculina. Em outra propaganda, por sua vez em vídeo, em que um homem traz uma sereia para a superfície para beber, e esta diz tê-lo achado “um gato”, ele responde “cuidado porque gato come peixe”. A ideia aqui é clara. Os exemplos são inúmeros, em quase todas as marcas. A exploração da imagem feminina como um corpo submisso cuja única função é servir ao desejo masculino ainda é, infelizmente, bastante recorrente.


Uma das alegações mais comuns quando se trata de tentar desculpabilizar tais propagandas pelas mensagens sexistas ali veiculadas é de que elas “simplesmente reproduzem o que se vivencia na sociedade”, mas devemos, antes de qualquer coisa, ter em mente que toda expressão coletiva, tal como a arte, opera sob duas dimensões- uma delas o “social”, coletivo e outra delas o “simbólico”, subjetivo- e de duas formas: ao mesmo tempo em que se expressa com base nos valores éticos e estéticos vigentes, recria e ressignifica tais valores, sendo por vezes responsável pela criação desses valores. A mídia, ao mesmo tempo em que utiliza dos valores vigentes em determinados contextos sociais, é de contribuição importantíssima para a formulação, ressignificação, reiteração ou rejeição desses valores; estabelece uma relação de retroalimentação com a vivência social. Se no plano coletivo veicula ideias compartilhadas e compartilháveis, no plano simbólico veicula emoções, representações íntimas. Pensemos, portanto, ainda que com certa dose de exagero, os impactos provocados por tais mensagens: além de seu potencial de reiteração coletiva de valores que colocam a mulher em uma posição de objeto, pensemos seu potencial no que tange a inculcar determinados valores ético-estéticos à subjetividade das pessoas e o impacto de tal inculcação quando pensamos tais pessoas enquanto agentes de uma determinada coletividade. Pensemos, por exemplo, que estas propagandas são veiculadas sem grande controle de horário, sendo acessíveis por vezes a crianças e adolescentes, mais passíveis de internalizar e reproduzir tais estereótipos de feminilidade e incorporá-los a sua inserção no meio social: jovens do sexo masculinos expostos à ideia de que a mulher resume-se a um corpo bem trabalhado disposto a servi-los sem qualquer vestígio de agência autônoma, e jovens do sexo feminino empreendendo grandes esforços em adequarem-se ao padrão segundo o qual a mulher é simplesmente um corpo trabalhado à disposição do masculino, sem um traço mínimo de agência própria, e que esta é a forma que a mulher encontra de ser “bem sucedida”.


Isso remete a outro ponto em que essas mensagens tornam-se igualmente agressivas. Elas remetem a uma ideia bastante excludente do “feminino”, do “belo”, veiculando um padrão (a saber, mulher jovem, de pele clara, cintura fina, glúteos e seios volumosos) que não corresponde à “mulher real” e não contempla as diversas formas de beleza existentes nas ruas, nas casas, parques e demais situações da realidade. Ao mesmo tempo em que exorta o homem à busca de um determinado ideal de mulher, também (e mais gravemente) coloca à margem mulheres que não fazem parte desse ideal, o que em termos simbólicos pode gerar impactos bastante negativos. Bem sabemos que a mídia é atualmente a maior responsável pela veiculação de padrões estéticos, e conhecemos seu poder de persuasão sobre o público, como se pode observar quando determinadas indumentárias, bordões e costumes presentes em telenovelas, por exemplo, ganham alta repercussão junto ao público. Longe de mim negar a possibilidade de escolha individual, mas juntamente com escolhas individuais, todos somos, em diferentes graus, passíveis de receber influências do meio. Junto ao público jovem essas influências podem ser ainda mais intensas, e os problemas acarretados por essa veiculação de um ideal estético midiático tendem a afetar ainda mais gravemente o público nessa faixa etária.



Não me cabe aqui estabelecer qualquer juízo de valor com relação a tais articulações. Todavia, finalizo este primeiro ponto da reflexão mencionando, a meu ver, a necessidade da difusão de ações políticas, ideológicas, educacionais, culturais e midiáticas capazes de "desnaturalizar" esses conceitos, tão arraigados ao ethos pessoal de grande parcela da população, primeiramente no que tange contemplar a posição da mulher como agente imbuída de subjetividade, independentemente do contexto em que apareça ou do grau de nudez com que apareça, e pensar formas como a beleza e sensualidade femininas possam ser recurso publicitário sem que isso signifique necessariamente uma reificação ou uma negação de sua condição subjetiva e agentiva; e, num segundo ponto, repensar valores estéticos de formas mais abrangentes e alternativas, contemplando outros tipos de beleza para além aquela que há tanto nos é vendida. Que tod@s e que principalmente as mulheres possam se conceber como bel@s em suas particularidades e escolhas, seja de vestido ou de bermuda rasgada, de salto alto ou tênis, com maquiagem elaborada ou rabo de cavalo. Seria um trabalho exaustivo, mas ao mesmo tempo bastante gratificante exortar a contemplação e valorização das diferentes feminilidades existentes, pois todas são dignas de igual respeito e admiração.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vadias na Boca

Aprendemos nas aulas de História que a Grécia Antiga foi o berço da democracia e que a cidadania se exercia na Ágora, praça pública onde os cidadãos reuniam-se para debater e deliberar acerca de suas questões políticas.
A assembléia de cidadãos debatia e decidia o destino da cidade através da palavra, do exercício da retórica. Aprendemos também que o exercício da política (civil, urbana e pública) era restrito aos homens livres, sendo vetada às mulheres a participação na vida pública.

A história também nos conta que em Curitiba constituiu-se uma Ágora, um espaço público e democrático exercício da cidadania: a Boca Maldita. E como na polis grega, a nossa arena política formou-se como um “reduto machista” um lugar no qual os cidadãos, homens, reúnem-se para discutir política.

Queremos mudar essa história e ocupar o espaço público, democraticamente, através do exercício do debate e da troca de ideias. Queremos uma assembleia da igualdade, onde tod@s tenham voz e direitos. Venha conosco ocupar democraticamente a BOCA MALDITA.

Nos reuniremos às sextas-feiras, a partir das 17:00, no café da galeria Tijucas.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Feminilidade e pos-modernidade


Feminilidades e pós-modernidade from cpfl cultura on Vimeo.


Sera que nos somos naturalmente femininas ou nos fabricamos cada uma do seu jeito, com os recursos e com as marcas da nossa cultura, das nossas tribos, as nossas feminilidades?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um gesto de liberdade a mulher 'do' homem nu

Hoje a mulher do homem nu, é, assim que é conhecida, a mulher DO homem nu, aquela que fica sentadinha ao lado daquele cara em pé, onipotente, um falo eu diria, ganhou fita no cabelo e batom, significativamente demos a ela vida própria.

A praça 19 de dezembro foi inaugurada na estréia do programa de obras públicas comemorativas do centenário da emancipação política do estado do Paraná, ocorrida em 19 de dezembro de 1853.A autoria das obras é dos escultores radicados no Brasil: Erbo Stenzel e Umberto Cozzo. Pretendiam os escultores retratar o homem paranaense olhando em direção ao futuro. Peço então uma licença poética ao Erbo Stenzel e Umberto Cozzo, nós temporalizamos a mulher de sua obra, como não podemos levantá-la, deixá-la ao lado do homem, nem virar seus olhos para o horizonte, demos a ela, como um símbolo de liberdade, munições de auto estima!






intervenção: kassandra speltri
foto e texto: anaterra viana

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Convocação!Venham nos ajudar...precisamos de ajuda!

Vadios e Vadias!
Olha a convocação!
Estamos na reta final!
Coração batendo forte...!
Nesses encontros com as ongs descobrimos que a LIBERDADE DIREITOS HUMANOS DA MULHER PROSTITUIDA esta realmente precisando de roupas, material de higiene pessoal, colchão...o que vier do coração.
Nós da organização estamos precisando de tecidos de algodão de três metros, retalhos, canetas esferógraficas, cartolinas, tintas de tecido, papel crepon vermelho.Todo esse material será utilizado na construção das faixas e cartazes!
Kit baratinho de bolinhas de sabão(que será usado em uma das performances durante a marcha)
Então...quem estiver livre, venha!Quem puder doar, doe!
Mãos a obra!!!
Segunda 11/7/ terça 12/07 e quarta13/7 das 09 às 12h no Espaço Cultural Mundaréu
Rua Domingos Nascimento, 149 (bom retiro, pertinho do cemitério municipal)
Estaremos nos revezando nessas manhãs!
Deixem suas doações, venham nos ajudar...agora é hora de unir forças!
Qualquer dúvida,
Ludmila Nascarella 41 92154100(vivo)
Stéphany Mattanó 41 99427421(tim)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Carta à imprensa - por Anaterra Viana

Marcha das vadias acontece dia 16 de julho em Curitiba
Organizada por artistas da capital, a concentração começa às onze horas no Passeio Público
Considerando o movimento que vem tomando as ruas do mundo inteiro, o ‘slut walk’ - que traduzido para o português se tornou Marcha das Vadias - um grupo de artistas, comunicadoras e estudiosas de Curitiba resolveu se unir, a fim de desmistificar o gênero ‘vadia’, e reivindicar sobre a questão do estupro, violência e desrespeito ao sagrado feminino, e, começaram a organizar a Marcha das Vadias da capital paranaense. A proporção dessa união aumenta a cada dia, e, o número de pessoas que tem se juntado a elas é cada vez maior, são ONGs, Associações, casas e espaços, todos direcionados ao bem estar, à luta contra violência e à proteção à mulher. No próximo dia 16 de julho toda essa união poderá ser vista nas ruas de Curitiba, a concentração será às 11 horas da manhã, no Passeio Público, o convite é estendido a todos que exigem mais respeito ao sagrado feminino, homens, mulheres, homossexuais, as vadias acolherão a todos, e convidam para que tragam sua bandeira em defesa da mulher. O roteiro foi todo pensado e planejado para tornar esse encontro ainda mais belo e doce, a saída do Passeio Público passa pela Praça Dezenove de Dezembro, subindo até a imagem da Nossa Senhora da Luz, na Rua Barão do Serro Azul, marchando rumo à Maria Lata d’água da Praça Generoso Marques, e finalizando com um grande piquenique na Boca Maldita. Em cada um desses pontos, todos com grande significado feminino, serão apresentadas performances artísticas, e, dada a palavra a todos os representantes da luta pelo respeito aos direitos da mulher, tudo isso sem perder a essência feminina, o intuito aqui é acolher, acarinhar, a marcha das vadias é um manifesto por amor, por respeito, “não é uma questão de sexo, é uma questão de violência”.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Novos dados!

http://http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/938824-43-das-mulheres-ja-foram-vitimas-de-violencia-domestica.shtml

domingo, 3 de julho de 2011

Convergência de bandeiras diferentes é marca do movimento - Artigo da Gazeta do povo

Publicado em 02/07/2011 | CHICO MARÉS




Durante o mês de junho, as marchas pela liberdade de expressão, pela maconha e a das “vadias” mobilizaram militantes em diversas capitais do Brasil. Inspiradas em movimentos internacionais, essas marchas utilizaram as mídias sociais, como o Twitter e o Facebook, para juntar pessoas das mais diversas origens e com os mais diversos pontos de vista políticos para defender a liberdade de expressão, o direito de solicitar a legalização das drogas e os direitos das mulheres.


Para o estudante Alexandre Boing, participante da Marcha da Liberdade, o jovem de hoje não é necessariamente mais politizado, mas o formato da militância tende a atrair mais pessoas. “As bandeiras são muito mais amplas. Elas permitem que pessoas ligadas a diferentes causas possam estar reunidas no mesmo espaço, pois percebem que as questões estão interligadas”, comenta.




Segundo a historiadora Máira Nunes, uma das organizadoras da Marcha das Vadias, a principal característica desses movimentos é justamente a convergência das bandeiras ao redor de uma causa comum. Inicialmente uma manifestação sobre a liberdade de a mulher escolher o que vestir, a marcha acabou se tornando um espaço de discussão de políticas públicas para a mulher.


Apesar disso, ela acredita que a falta de um foco mais específico é uma questão temporária. A partir da marcha, surgiu um espaço de discussão para onde esse movimento deve ir. “A partir desse encontro de diferentes bandeiras, essas pessoas mantêm o contato. As marchas nos outros lugares do mundo já estão mantendo a mobilização e se transformando em um movimento contínuo”, afirma. De acordo com Máira, a questão da transparência de dados em relação à violência contra a mulher é um dos temas que devem nortear o movimento no futuro.


Para Boing, ambos os movimentos são respostas a uma falta de diálogo do estado com a sociedade, e apontam para uma democracia participativa. “Queremos uma sociedade que não apenas delegue poder [a políticos], mas que também participe da gestão de seus interesses”, comenta. Uma dessas formas de participação seria justamente a pressão sobre os governantes por meio da mobilização.


Política e internet


Para Máira, a sociedade ainda vive um momento de adaptação à realidade da internet. “Ela abriu espaço para uma demanda reprimida. Agora que as pessoas acharam um canal, é muito difícil que isso pare.” No entanto, ao mesmo tempo em que essa realidade favorece a mobilização de grupos que lutam pelos direitos das minorias, ela também amplifica a voz de quem apóia posições contrárias, como a do deputado federal Jair Bolsonaro, que é contra o casamento gay, por exemplo. “Esse primeiro momento é de libertar o que estava preso na garganta. É importante superá-lo e chegar a um debate racional”, afirma a historiadora.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Somos todas Madalenas





Vadias e Vadios!


Este é um movimento de libertação!
Libertação do medo de sermos quem somos.
De nos mostrarmos sem máscaras sociais.
De exigirmos respeito.


Na coletividade somos mais fortes e podemos mais.


Por isso, vamos organizar um texto coletivo, chamado "Somos todas Madalenas".


Estamos recolhendo relatos de mulheres que passaram por algum tipo de violência (física ou sexual) , abuso, exploração, submissão, humilhação...


Estupro (consumado ou não), abuso sexual com membro da família, espancamento, perseguição, passadas de mão, cantadas ofensivas, diminuição no local de trabalho, prostituição forçada...


Pense em cada vez que você se sentiu um objeto!




Poste o seu relato, anonimamente se quiser, nos cometários abaixo.


É hora de dizer BASTA!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

divulgação

Suspiro.
Me emociono.Respiro.
Convido.
Parque são lourenço ás 10 prum pic nic!Dia 24/06
Estamos preparando a nossa divulgação.
E nada mais feminino que convidar com um sorriso no rosto.
Sorrindo.
Vadios e Vadias tragam tecidos.Variados.Coloridos.Fitas.Tesoura.Lã.
Lá a gente conta o que vai acontecer...
Venham com o coração aberto.
Vamos nos conhecer.
Contar histórias,
Tragam as cças.
Amigos.
Familia.
Estamos alinhavando a marcha.
Unindo discussões.
Levantando bandeiras!
(Quem puder imprimir alguns cartazes, coloridos e PB. A4 ou A3.Estamos recolhendo material impresso pra depois fazer a divisão)
Semana que vem saímos na surdina!
Começo da madruga pra colocar lambe lambe!
Esse ladio vadio do batom vermelho.
Quente.
Àcido e sombrio.
Estaremos lá...com a boca e as pernas abertas.De cara limpa!
Ludmila Nascarella

Vadias na Marcha da Liberdade

A participação das vadias na Marcha da Liberdade foi linda, ali tivemos uma idéia de como será a nossa Marcha das Vadias. Representamos muito bem nomelhor estilo vadia, deixamos bochechas vermelhas e conseguimos mais força! Vamos lá mulherada, a luta apenas começou!!
















domingo, 19 de junho de 2011

Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos? por Ana Carolina Lima, terça, 14 de junho de 2011

Em Brasília, marchamos porque apenas nos primeiros cinco meses desse ano, foram 283 casos registrados de mulheres estupradas, uma média de duas mulheres estupradas por dia, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos; marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são violentadas ao longo desses caminhos.
No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens; marchamos porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e muitas mulheres que denunciam estupro são acusadas de terem procurado a violência pela forma como se comportam ou pela forma como estavam vestidas; marchamos porque a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos voltada ao prazer masculino se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas filhas e filhos; marchamos porque durante séculos as mulheres negras escravizadas foram estupradas pelos senhores, porque hoje empregadas domésticas são estupradas pelos patrões e porque todas as mulheres, de todas as idades e classes sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica, psicológica, física ou sexual.


No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que deveriam ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual; marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo, e todas choramos porque sentimos que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente. Mas podemos.


Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e estupradas por vários homens ao mesmo tempo durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES.


Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras e ações utilizadas para nos agredir enquanto mulheres. Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, TODAS NÓS SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres.


Somos todas as mulheres do mundo! Mães, filhas, avós, putas, santas, vadias...todas merecemos respeito!

Saindo da zona de conforto


Olá à tod@s!
Foi realmente necessário eu escolher sair da minha zona de conforto pra falar com vocês.
Faz um lindo domingo de sol e realmente eu prefiro desfrutar horas relaxando embaixo dele. Ele é o Deus todo poderoso, fonte de calor e de vida. Adoro saudá-lo e adorá-lo.
Mas meu coração me traz a esta tela de computador pro meu exercício diário de uma nova democracia.
Sim, a internet está sendo uma ótima ferramenta para nos mobilizarmos e sairmos do nosso conforto.
Digo isso, porque desejo do fundo do meu coração que a Marcha das Vadias seja mais um estopim assim como a Marcha da Liberdade está sendo para que as pessoas saiam na rua com a sua bandeira, ou seja, não tenham mais medo de dizer o que pensam.
Sim, será uma constante negociação com o sistema que já está estabelecido.
Mas como meu discurso que fiz ontem no colo da linda escultura da Praça 19 de Dezembro já está no ar, preciso dissertar melhor sobre os tópicos por mim levantados.
Me referi a Excelentíssima Presidenta Dilma Roussef e seu discurso de progresso e evolução na compra de uma geladeira.
Apesar de eu possuir uma, fruto de uma compra parcelada nas Casas Bahia, sempre me deparo com a ela vazia (pois não compro carne nem iogurte). Então, logo penso de uma forma poética. A presidenta quer que eu compre uma geladeira pra estocar os cadáveres dos bois que só foram vítimas da destruição nossa floresta? Quer que eu prepare uma deliciosa comida (porque cozinho muito bem, obrigada) e simplesmente transformar a energia cármica de toda a destruição que este sistema falido carrega?
Ter um pouco de consciência e compaixão dói. É necessário dividir a dor. A força sagrada feminina, Mãe Terra, Virgem Maria, Gaia, Onilê, entende e perdoa.
Mas até quando??? Até quando iremos sangrar mensalmente a desgraça do mundo e não usarmos nossa força masculina para subir no salto e protestar?
Ainda não consegui transcender a desgraça de depender do sistema que tanto questiono, assim como todo mundo, que de uma forma cármica também é boiada, incluindo todos que tem poder político.
O que vislumbro é uma oportunidade da boiada se sentir um dia forte enquanto um organismo único e pulsante e forçar a cerca até estourá-la. Existe vida fora da cerca. Não que não exista vida dentro, só que limitada.
E a energia feminina do amor e do perdão está sendo limitada, calada. Precisaremos guerrear pela paz?
Então faremos isso de uma maneira bela, festiva, cheia de alegria e de amor.
Uma celebração pela vida.
Sim, são bem vindos todos os gêneros que nossa espécie criou, nós construímos juntos o sagrado. Nós também somos femininos.
Estava pensando que faltou água e comida pra quem participou da Marcha da Liberdade. Estávamos todos acordados desde muito cedo, e no final da marcha, uma criança me perguntou onde havia água e banheiro. Então, nos demos as mãos e fomos juntas no prédio da Assembléia Legislativa do Paraná tomar água e ir ao banheiro. Mas e a fome? Um vendedor de sorvete salvou momentaneamente nossos desejos estomacais.
Então, pra quem for somar forças no dia 16 de julho, na Marcha das Vadias, peço que leve a comida e a bebida que puder compartilhar. Sim, pode até ser água da torneira. E vamos pedir ao comércio que nos abram seus banheiros na nossa caminhada!
E vamos terminar com um lindo piquenique na Boca Maldita. Pra celebrar não só nossas idéias, mas o alimento que aquieta nosso estômago para nos deixar pensar.
Com amor
Stéphany Mattanó

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Minibloco das vadias na Marcha da Liberdade!




Vadios e vadias!
Vamos divulgar nossa marcha na MARCHA DA LIBERDADE aqui em Curitiba?
11h na pça rui barbosa!
Nós vadias organizadoras vamos estar lá...com batom vermelho e material de divulgação!
Vamos preparar cartazes e marchar pela liberdade de expressão!
Viva as relações...!Que sejam todas abençoadas!


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Marcha das Vadias CWB



Está lançada a Marcha das Vadias de Curitiba. Se você ainda não sabe o que é, informe-se nos links do blog, que contam um pouquinho da história do movimento.


Para a nossa cidade estamos propondo a Marcha de Todas as Bandeiras. Estamos aqui para congregar, celebrar a vida e o amor próprio. Fortalecer a dignidade feminina. Nossa palavra de ordem:

RESPEITO

Serão recebidas calorosamente todas as mulheres, feministas ou não, mulheres que estão em abrigos, que sofrem ou já sofreram violência, profissionais do sexo, gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, mascaradas, vadios e vadias.

Hoje a gente escolheu esse rótulo. E vamos mostrar a nossa cara por todas as mulheres violentadas, oprimidas, abusadas e exploradas que não podem mostrar as suas.